De onde vem a força que nos traz e que nos leva
Quem disse que a ilusão é ilusão
E que a existência não vem da imaginação
De onde surge a luz que ilumina esta treva
A emoção arranha o peito
O coração quer ter direito
Quer seguir, quer saber
A força é a força de querer?!
Quem foi que inventou a invenção
Quem somos nós, senhores deste mundo
Quem são vocês, senhores da razão
O mundo gira e ri à minha volta
Eu salto e solto um grito louco
Ao meu silêncio obscuro
Não chega o riso que procuro
A ilusão atrai do cume
O corpo ergue-se do estrume
Sem conquistar, sem perceber
O que se vê do que consegue ver
Por que razão queremos ancorar o barco
Se a perenidade é a carga do navio!
E insistimos em pagar a taxa deste charco!
Com que direito se inflama o calor na nuca,
Dos que nos ditam a facção?
Será que a licença nunca mais caduca?
Longe das tréguas – ouvi dizer!
Existe um lugar tranquilo
Onde não cobram o amor ao quilo
Onde amar não é delito
E todos podem respirar o mesmo ar
Não se sussurra pelas costas
Olhando cara a cara não se grita
Não se levanta a mão
E todos têm espaço p´ra andar